Férias no Algarve  
VILAMOURA (1 casa)
VILAMOURA (1 casa)

Querença
0 ambiente de uma tradicional aldeia algarvia, numa povoação de casas brancas e pequenos jardins.

Igreja Matriz
Edifício com origem no séc. XVI. Sofreu alterações posteriores. Fachada com portal manuelino (séc. XVI), de decoração singela. Portal lateral da mesma época. Altar de capela-mor e capelas laterais com retábulos de talha dourada (séc. XVIII). Entre as imagens merecem destaque uma Virgem e o Menino do séc. XVI e uma Nossa Senhora da Assunção, do séc. XVII.
No largo da igreja, um interessante cruzeiro assente sobre uma rocha calcária.

Sítio Classificados da Fonte Benémola
Local de paisagem aprazível atravessado por uma ribeira. Nas suas margens habitam algumas espécies vegetais pouco comuns no Algarve – salgueiros, freixos e folhados –, além de aloendros, choupos e tamargueiras. Nas encostas do vale, vegetação típica do Barrocal algarvio como o alecrim, o rosmaninho, o tomilho, a esteva, o zambujeiro, o sobreiro e a alfarrobeira. Entre a fauna, destacam-se a lontra, grande diversidade de aves e algumas colónias de morcegos. Percursos pedestres de visita. Na área do parque situam-se grutas com espólio arqueológico. No acesso, o miradouro do Cerro dos Negros, com amplos panoramas que abrangem o litoral e o mar.

Salir
0 casario branco da aldeia espalha-se pela colina, envolvendo as ruínas do castelo. As ruas estreitas continuam a manter a tranquilidade, o branco da cal e as flores.

Igreja Matriz
Do ponto de vista arquitectónico é pouco valiosa. Guarda, porém, um pequeno tesouro: uma bula papal de 1550 em pergaminho com iluminuras. Os retábulos em talha dourada do séc. XVIII e imagens dos sécs. XVII e XVIII completam o património do templo.

Castelo
0 facto de não ter uma alcáçova faz supor ter sido construído nos sécs. XII/XIII, para proteger os camponeses que cultivavam os campos de um ataque cristão. Conquistado pelos Cavaleiros da ordem de Sant’Iago após a tomada de Tavira. Nele aguardou o Mestre da Ordem, D. Paio Peres Correia, a chegada do exército do rei D. Afonso 111 (1249-1250), para a conquista de Faro.
As suas muralhas construídas em taipa são um dos poucos vestígios de fortificações muçulmanas em Portugal. Escavações arqueológicas puseram a descoberto uma área residencial árabe e confirmaram que parte de Salir está construída no local da antiga fortificação.
0 castelo é um excelente miradouro, abrangendo vastos panoramas de serrania e, em direcção ao mar, colinas verdejantes.

A Taipa Como Material de Construção
Método de construção com origens pré-históricas, a taipa foi utilizada pelos muçulmanos para construir fortificações, como o castelo de Salir, e para edificar casas, prática que se manteve no Algarve até há poucas dezenas de anos.
Duas das suas vantagens são o baixo custo e o excelente isolamento térmico que proporciona. Constituída por areia, brita e argila amassadas - a que se juntava cal no caso de utilização militar, tornando-a mais resistente -, a taipa era vertida em moldes de madeira e, em seguida, fortemente batida com malhos. Depois de cada camada estar seca, repetia-se a operação até se atingir a altura desejada.

Sítio Classificados da Rocha da Pena
Relevo calcário marcado por escarpas abruptas, a Rocha da Pena eleva-se até aos 479 m, tornando-a num miradouro natural de vastos panoramas que abrangem o mar.
0 principal interesse da Rocha da Pena está, porém, no seu património arqueológico e natural. As suas grutas e a dupla muralha de pedra que definem antigas defesas apontam para uma presença humana desde o Neolítico até à ocupação muçulmana. A vegetação, além de alguns endemismos portugueses, inclui o medronho, o alecrim, o rosmaninho, a aroeira, o zimbro e a esteva, algumas orquídeas espontâneas e o carvalho cerquinho, entre outras espécies.
Também a fauna é valiosa e variada, pois inclui, além de outras aves, colónias de águias de Boneli e bufos reais, morcegos e pequenos carnívoros como as ginetas, as raposas e os saca-rabos.
Entre as curiosidades da Rocha da Pena estão os dois velhos moinhos de vento e a pitoresca povoação da Penina que, numa das suas casas, tem uma bonita chaminé construída em 1821. Percursos pedestres de visita.

Alte
Aldeia mais típica do Algarve no dizer de muitos, Alte tem a sua origem na ocupação romana. As ruas do centro histórico mantêm muito do seu carácter nas casas caiadas, nas janelas e platibandas debruadas a cor, nas chaminés rendilhadas, na tranquilidade envolvente. 0 espaço em redor da igreja é um encantador "postal turístico" do verdadeiro Algarve.

Igreja Matriz
Edificada no séc. XIII pela mulher do segundo senhor de Alte como agradecimento por este ter regressado da oitava cruzada à Palestina. Sofreu modificações posteriores, sobretudo nos sécs. XVI e XVIII.
Interior de três naves, com colunas atarracadas revestidas a tijolo para suporte do peso. Capela-mor com arco triunfal manuelino, parcialmente ocultado por moldura em madeira. Abóboda artesoada com fechos decorados. Paredes e abóbada revestidas com azulejos do séc. XVIII.
A capela de São Sebastião tem notáveis azulejos policromos sevilhanos, do final do séc. XVI. Os retábulos de talha das capelas de Nossa Senhora do Rosário e de São Francisco, que ostenta o brasão dos Condes de Alte, são bons exemplos da arte do séc. XVIII.
Entre as imagens da igreja e da sacristia merecem referência especial uma Santa Teresa do séc. XVII, a Nossa Senhora do Rosário e a Santa Margarida, com movimento e vida, do séc. XVIII. As duas pias baptismais são manuelinas (séc. XVI).

Capela de São Luís
Construída no início do séc. XV, sofreu alterações que lhe deram o carácter actual de templo rural ao gosto do séc. XVIII. No interior singelo guarda quatro curiosas telas descrevendo a vida do santo, de feitura popular (séc. XVIII).

Fontes Pequena e Grande
Nascentes que, durante séculos, foram local de encontro das mulheres da aldeia para encherem os cântaros de água e lavarem a roupa. Hoje são um local aprazível, sempre fresco, com árvores frondosas, mesas e bancos de pedra, convidando a momentos de repouso ou a um piquenique.

Grande Ribeira de Alte e Seus Moinhos
As águas das Fontes Pequena e Grande, que dão origem à ribeira de Alte, fizeram mover os nove moinhos da aldeia. Alguns já desapareceram, estão em ruínas ou foram adaptados a novas funções. Restam, ainda, o Moinho da Abóbada, que se sabe já existir no séc. XIII, e os trabalhos de desvio da ribeira e construção da vala que levava a água aos moinhos, realizados no séc. XVII. Na ribeira de Alte existe uma pequena cascata - a Queda do Vigário - com 24 m de altura.

Encantos em volta de Alte
Se Alte é a mais típica aldeia algarvia, o espaço que a rodeia tem, também, atractivos que merecem uma visita. Como o moinho de Águas Frias, junto à ribeira de Arade, que ainda mói farinha. O mini-museu rural de Malha Ferro, que guarda antigas alfaias agrícolas e objectos de uso doméstico tradicionais. As bonitas chaminés rendilhadas de Monte Brito e Esteval dos Mouros. 0 miradouro da Rocha de Soídos, escavada por ampla gruta. A aldeia abandonada da Rocha Amarela, esquecida no meio de colinas. As minas de cobre de Atalaia, Cascalheira, Sarradas e Cerca da Mina exploradas em tempos pré-históricos. Os muitos antigos moinhos de vento que, no alto de montes, marcam os locais com vastos horizontes.

Almancil
A capela e o espaço que a rodeia, que integra uma galeria de arte em antigos edifícios cuidadosamente preservados, mantém muito do carácter e encanto do antigo Algarve.

Capela de São Lourenço dos Matos
O facto de ter ocorrido um milagre quando, em 1722, se procurava água, levou à construção da capela.
Estrutura arquitectónica barroca, de que se destaca a cúpula elegante e os painéis de azulejos localizados sobre o portal principal e na retaguarda da capela-mor.
Os azulejos que revestem as paredes, a abóbada e a cúpula historiando a vida do Santo – produzidos em Lisboa, em 1730 – formam um dos mais extraordinários conjuntos em Portugal, dando à capela um lugar ímpar na história da arte. De realçar a harmoniosa integração dos azulejos com o retábulo em talha dourada do altar-mor e com os elementos decorativos do arco triunfal e da base da cúpula.
Bom núcleo de imagens dos sécs. XVII e XVIII na igreja, na sacrista – que tem um valioso arcaz com decoração – e na sala anexa.
Perto, em São João da Venda, a antiga igreja guarda alguns elementos da arquitectura manuelina (séc.XVI) no denticulado exterior e na abóboda do altar-mor, bem como um retábulo com pinturas do final do mesmo século.

Barranco do Velho
Uma formosa igreja ao gosto rústico algarvio, construída em 1944, alveja no cimo de um monte e convida a uma visita. O seu adro é também um dos mais maravilhosos miradouros do Algarve, abrangendo vastos horizontes de montes cobertos de sobreiros e, muito mais além, quase até Loulé, Salir e Alte.
Nas serranias em volta, pitorescas casas de paredes de pedra à vista, de forma redonda e cobertas de colmo, que hoje são palheiros, evocam as habitações pré-históricas da região.

Um Itinerário Arqueológico
Para os interessados na pré-história, o dólmen do Cerro das Pedras, o menir caído de Alagoas em pedra calcária trazida de longe, ambos nas proximidades de Salir, e as antas do Beringel e Pedra do Alagar (Ameixial) são vestígios que recuam até ao período megalítico.
Da ocupação romana, a "villa" rústica do Cerro da Vila (séc. III), em Vilamoura, é o principal testemunho pelos mosaicos que revestem alguns compartimentos e pela estrutura do balneário. O local foi habitado desde o séc. I até ao séc. XI, durante o domínio muçulmano. Seguem-se as pontes de Tor, sobre a pitoresca ribeira de Algibre, com cinco arcos e fortes talha-mar, a de Barão, com apenas quatro arcos, sobre a ribeira de Quarteira e, perto de Loulé, a de Álamos, mais modesta nos seus dois arcos.
Junto ao litoral, a estação arqueológica de Loulé Velho, com restos de "cetairas" ou tanques de salga de peixe, é mais uma confirmação da intensa actividade piscatória desenvolvida no Algarve, durante séculos, pelos romanos.

Das Praias à Serra do Caldeirão
Primeiro, são os areais extensos onde os corpos se bronzeiam. A vida tem a cor do sol. Depois, os campos
quase planos sombreados pelos pinheiros e pomares. Quando a paisagem se enruga em colinas suaves e redondas e começam a predominar as figueiras, as amendoeiras, as alfarrobeiras, as frescas hortas, estamos no Barrocal. É altura de apreciar as casas com platibandas coloridas de povoações como Boliqueime, com a sua igreja branca no topo de um cerro, as margens salpicadas com o rosa pálido dos aloendros da ribeira de Algibre.
A Serra do Caldeirão, sem ser alta – altitude máxima próxima dos 600m –, domina o espaço do concelho de Loulé, abrindo amplas perspectivas ao virar de cada curva, no alto de cada monte. Nas encostas e vales escondem-se povoações pequenas e pitorescas e, de quando em vez, surgem as "naves" onde crescem laranjeiras, figueiras, amendoeiras e medram o milho e o feijão. Tudo o resto são extensões de sobreiros, medronheiros, estevas, urzes e rosmaninho, onde o ar puro tem um perfume silvestre.
Nos vastos espaços de serra não falta a companhia das aves de rapina e das canoras, raposas, javalis e coelhos, que criam, assim, motivos adicionais de interesse para os que desejam descobrir a beleza de um Algarve tantas vezes esquecido.

Os Prazeres do Mar e do Sol
Um areal extenso permitiu transformar todo o litoral num centro de férias de sol e praia, em que se localizam algumas das melhores estruturas turísticas do Algarve.

Quinta do Lago
Praia longa com acesso pedestre por meio de ponte sobre a Ria Formosa. Integra uma estância turística de nível internacional.

Garrão
Praia extensa bordejada por falésias coloridas. Equipamento de apoio.

Vale do Lobo
Praia de uma beleza única pelas suas falésias ocres e rubras. Rodeada por um complexo turístico de qualidade.

Quarteira
Antiga aldeia de pescadores, transformou-se num centro turístico cosmopolita. Do seu passado guarda uma igreja do séc. XVII e algumas casas decoradas com platibandas.

Vilamoura
À praia acolhedora juntou-se uma urbanização turística que se situa entre as maiores e de melhor qualidade da Europa.

Dos Trabalhos de Cobre aos Arreios Coloridos
Muitas das tradições artesanais do Algarve mantêm-se vivas em Loulé. Comprovam-no os que trabalham o cobre, o ferro e a madeira, fazem peças de latoaria quase caídas no esquecimento, moldam o barro em múltiplos objectos úteis e decorativos, criam simpáticas bonecas de trapo e juta, fazem as albardas e outros arreios necessários aos agricultores serranos que ainda usam muares no seu dia-a-dia.
Um pouco por todo o concelho, o artesanato está também presente. A empreita, entrançado das folhas das palmeiras anãs com que se fazem chapéus, alcofas, capachos e tantos objectos úteis, continua a ocupar as mulheres de muitas aldeias. Em Almancil e Quatro Estradas, as olarias continuam a produzir as velhas e novas formas do barro vidrado e colorido. Os antigos teares de madeira ainda funcionam em Fonte Penedo e Amendoeira para tecerem coloridas mantas. O esparto, que em tempos ocupava centenas de mulheres, é transformado em capachos, alcofas e objectos decorativos em Sarradas e Salir, e é exposto em Alte, na Casa da Memória, que ao pequeno museu juntou uma oficina de cerâmica. Em Torre, fabricam-se brinquedos de madeira e, no Cerro, costureiras fazem trajos inspirados no vestuário antigo.

Cozinha Com Sabor a Mar e Serra
O peixe fresco é um dos prazeres da mesa oferecidos por Quarteira, terra de pescadores. Tem merecida fama a sardinha assada e outros peixes grelhados. O mar está, também, presente nas receitas tradicionais do carapau de tomatada, lulas com ferrado, sopa de pão com conquilhas, creme de camarão e arroz de polvo.
0 interior, porém, domina a cozinha de Loulé. Em mais de uma dezena de receitas quotidianas, as ervilhas, o grão, o milho, os chícharos, as favas e o feijão locais têm lugar de honra. Para os dias de festa, o paladar apura-se na lebre com vinho branco, na galinha cerejada de Loulé, na carne de porco frita, condimentada com alhos, louro, pimenta, cravinho, pimentão-doce e limão.
Nos doces não devem ser esquecidos os bolos de faca, de prata e de chila, ricos em ovos e açúcar, os bolinhos e queijinhos de amêndoa, o folar e os mexericos de Boliqueime, as cavacas e os esquecidos de Alte.
Da serra vêm ainda o mel de flores silvestres, os queijos de cabra e a sempre deliciosa aguardente destilada do medronho colhido por entre os matagais.
De referir também a produção de licores, doces e compotas, feitos à base de uma variedade de produtos locais que vão desde os frutos às ervas aromáticas da região, provenientes de Querença e Benafim.